Retomado no ano passado, Projeto de Restituição das Restingas já está sendo desenvolvido em seis praias de Niterói, e outras duas serão atendidas nos próximos dias
O Projeto de Restituição das Restingas, que foi retomado no início de 2013, segue avançando nas praias niteroienses. Atualmente seis praias estão sendo contempladas e outras duas serão atendidas nos próximos dias: Camboinhas, Piratininga, Itacoatiara, Itaipu, Icaraí, São Francisco e em breve Charitas e Jurujuba. Além de resgatar o visual original das praias de Niterói, o projeto contém uma função fundamental nos ambientes urbanos que é reter a areia, evitando seu carregamento pelo vento.
“Em Niterói ainda há muito que ser feito, mas está bem melhor, sem nos esquecermos de melhorar sempre. Os próprios moradores podem e devem fazer o seu papel cobrando e fiscalizando atitudes como essa”, comenta a professora aposentada Leila de Castro.
Segundo a Prefeitura, o projeto de restituição das restingas é do setor de áreas verdes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A execução do projeto na cidade ocorre como medida compensatória do processo de supressão, ou seja, quando uma empresa é sujeita a multa por um crime ambiental, a dívida é abatida com a doação de mudas nativas de restinga e à contratação de empresa para a implantação e adensamento da espécie. Três empresas de consultorias nessas áreas são responsáveis pelo acompanhamento dos trabalhos na cidade: Biovert, Ecologic e MCW.
“Acredito que o projeto seja muito válido. Só acho que deveriam divulgar um pouco mais para que a população tome conhecimento da dimensão e importância deste trabalho que está sendo desenvolvido. Qualquer iniciativa no sentido de preservar as praias e torná-las melhor é bem-vinda”, declara o aposentado, Rodolfo Mecemi, de 76 anos.
Estiagem – As praias de Itacoatiara e Camboinhas são os locais onde a restinga apresenta os melhores resultados de acordo com o levantamento da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SMARHS). Já a restinga da Praia de São Francisco está em fase de implantação e adensamento das espécies.
A engenheira florestal da consultoria MCW, responsável pelos trabalhos nas praias de Icaraí, Itaipu e São Francisco, Tainá Motta, explica que mesmo com algumas dificuldades em relação aos constantes lixos encontrados no local, a avaliação é positiva e a população está respeitando e contribuindo com os trabalhos realizados.
“As restingas são vegetações que existiam no local antes das intensificações das atividades humanas. Têm pessoas de mais idade que ainda lembram-se da existência das restingas e que ao longo de alguns anos passaram por um processo de deterioração. O que a gente busca é resgatar a caracterização do local. O período de estiagem impactou muito negativamente no nosso trabalho, mas com o trabalho de acompanhamento estamos avançando muito”, celebra.
Ainda de acordo com Tainá, na Praia de Icaraí são cinco Ilhas de Vegetação, totalizando 480 metros quadrados de área cercada. Nestas ilhas foram introduzidas espécies arbóreas, arbustivas, trepadeiras e rasteiras como Pitangueira, Guriri e Rabo de Arara.
O mesmo ocorreu em Itaipu, totalizando 480 metros quadrados de área cercada. Em cada um dos 20 cercados, foram implantadas de 15 a 20 mudas da forrageira Ipomeia e uma muda de Pitanga, Rabo de arara, Guriri, Aroeira ou Cacto rasteiro, totalizando 19 mudas destes tipos. Nesse local as parcelas foram marcadas de forma aleatória visando o melhor uso da área para não afetar a atividade da população no local.
Já na Praia de São Francisco as seis ilhas de vegetação que foram implantadas foram colocadas de forma a integrar as atividades existentes na praia e a população frequentadora.
Fonte: Jornal O Fluminense (06/04/2014)