Após o término do primeiro turno nas eleições de Niterói, percebeu-se que a população retirou da Câmara de Vereadores 43% dos Edis que possuíam mandato. Em uma análise sincera e pormenorizada, a grande maioria dos citados políticos, traçou durante seus mandatos um formato que se mostra atualmente fadado ao insucesso, qual seja priorizar o capital eleitoral, muitas vezes, em detrimento do interesse coletivo.
O próprio pleito da eleição ao cargo de prefeito trouxe, nos dois turnos, dados ainda mais concretos. O candidato derrotado nas urnas possuía o apoio de vereadores eleitos considerados “bairristas”, que significa agentes políticos que concentraram a atenção de seus mandatos em áreas específicas. Mesmo com a força dos vereadores eleitos o mencionado candidato perdeu em quase todos os redutos, por mim considerados currais eleitorais.
A expectativa agora é o nascimento de uma política diferente, com assuntos transversais em evidência, acompanhamento dos mandatos em tempo real nas mídias sociais, cobranças e respostas, embates e ideias ocorrendo pelos cidadãos dentro dos seus conhecimentos técnicos ou necessidades próximas. Os próprios projetos de leis, resoluções, emendas, pareceres de comissões e indicações propostas pela vereança deverão estar disponíveis com a maior amplitude e transparência possíveis.
A consequência lógica da vitória eleitoral de políticos melhor preparados e que não necessitam da concepção eleitoreira das políticas assistencialistas é a diminuição em termos de funcionários da inchada e paquidérmica máquina, tendo em vista que a nomeação em cargos comissionados é medida corriqueira usada por políticos antigos para agradar parceiros.
Desta forma, a abertura de edital de concurso público e convocação de técnicos para fomentar o trabalho continuado da Administração extirpam do cenário a politicagem focada simplesmente na reeleição e manda uma mensagem de reflexão e avaliação para eleitores e políticos de todo o país.