O Dia Mundial da Conservação da Natureza foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e comemora-se hoje, 28 de julho. Este dia tem como objetivo chamar a atenção para os problemas da conservação da Natureza no mundo e seus desafios na prática. Aproveito a oportunidade para escrever sobre uma preocupação pessoal. A falta de compreensão da importância das política pública pelo Meio Ambiente. No último mês recebi duas críticas de pessoas inteligentes e muito importantes para a formação das minhas convicções políticas, sobre a perspectiva de que minha ação como agente político estar dando ênfase demais ao meio ambiente. Em que pese estar sempre informando nosso trabalho pelo mandato no que diz respeito à segurança pública, saúde, relação de consumo como, por exemplo, o caso AMPLA, debates fortes sobre problemas nacionais e globais, quero deixar claro que confio que nosso país, seja pela política Federal, Estadual ou Municipal, tem enorme potencial de mudar seu paradigma econômico e social através do enfoque ambiental. A fim de deixar o que cito aqui o mais próximo possível da realidade de cada um, vou citar alguns exemplos de como Niterói poderia iniciar a desvinculação de sua lógica arrecadatória quase que exclusiva à construção civil e indústria naval. Nossa cidade possui praias incríveis, montanhas belíssimas, 1600 hectares de Parque Natural criado em 2014, fortalezas, museus, áreas históricas como o Centro e o Caminho de Dawin, um sistema lagunas, uma baía e um mar oceânico com gigantesco potencial. Todavia, praticamente todos os locais e serviços potenciais acima expostos não conseguem destinar uso por total falta de interesse, gestão e comprometimento ambiental nos últimos 50 anos. É possível imaginar a quantidade de empregos gerados se tivéssemos feito o planejamento certo na lógica de trama urbana, preservando as áreas verdes, estudando e investindo em turismo nas mesmas? E nas Unidades de Conservação? Imaginaram a baía limpa, cristalina com usos variados na pesca, transporte, esporte. lazer e turismo? E as lagoas? Se todos os topos dos morros não fossem habitados por mansões e favelas e possuíssem vegetação nativa, protegendo as encostas, diminuindo a erosão do solo e, consequentemente os escorregamentos, problemas de drenagem e enchentes urbanas? Conseguiríamos com um bom projeto de habitação diminuir as favelas ou, ao menos, cessar o crescimento, atrapalhando o tráfico de expandir e capturar crianças e adolescentes. Para a fauna silvestre então teríamos festa todos os dias, com Centros de Triagens e Áreas de Soltura. Com 100% das casas e comunidades tendo esgoto tratado daríamos um passo enorme na prevenção de doenças, bem como nas demandas de postos de saúde e hospitais, preservando vidas. É por isso que assumi, com responsabilidade e dedicação o cargo de Secretário de Meio Ambiente e reconstruímos o órgão falido, que hoje tem fundo próprio com fontes obrigatórias, funcionários concursados, criamos 1600 hc de unidades de conservação que receberão investimentos diversos, iniciamos a reestruturação da Guarda Ambiental, fiscalizamos comunidades e empreendimentos, multamos, interditamos embargamos, plantamos mais de 20 mil mudas em encostas, ligamos centenas de casas, regulares e irregulares, às redes de esgoto, preservando lagoas, rios, córregos e a baía, bem como trabalhamos com afinco na Educação Ambiental. É por isso que peço que não me levem a mal, mas a lógica do nosso mandato será sempre pautada no que nós os verdes acreditamos ser o caminho para chegarmos ao primeiro mundo de forma sustentável, responsável e com justiça social. As políticas públicas pelo meio ambiente não excluem a política da segurança, saúde, educação e habitação. Na verdade o Meio Ambiente pode e deve ser o aglutinador de todas as demais ações, sempre focado na perpetuação do planeta e na vida digna.